
Ser um Super Herói.
Quanto tempo leva pra descobrir o que queremos ser?
Eu levei 5 anos pra descobrir e quase 20 pra entender.
Quando eu era criança numa cidadezinha no interior de Minas Gerais, levava uma vida um pouco diferente das outras crianças.
A minha mãe me criou sozinha e resumindo muito essa parte da história ela queria provar pra todos que conseguiria cuidar de mim por estar só. E pra isso as vezes me privava de coisas simples.
Mas não tenho nenhuma raiva ou mágoa por isso. Pelo contrário. Foi brincando sozinho que descobrir que eu queria ser SUPER HERÓI. Na época talvez pra proteger as outras crianças que eram "presas demais".
Só que essa idéia me acompanhou durante muito tempo. Mudando de objetivo sempre e me confundido muito.
Aos 9 anos tudo começou a fazer sentido.
Eu cantei pela primeira vez na minha primeira comunhão. Foi mágico!
Entendi naquele dia que aquilo era bom de fazer. E que eu conseguia me comunicar com pessoas estranhas. Me aproximar do íntimo delas.
Mas é claro que eu não analisava assim. Apenas gostava das reações que via.
Não parei mais.
Vieram casamentos, formaturas, aniversários e a minha primeira "aula de violão".
Dai pra frente a música era minha vida. Como filme sabe? Parece que pra cada momento, cada cena vivida tinha um fundo musical.
Conhecia cada vez mais pessoas e seus talentos. Então vieram as primeiras bandas.
Sabe quando você lembra do "tempo de escola"? É assim que me lembro das minhas primeiras bandas. As bagunças, os sonhos doidos, as aventuras mas sobretudo A VERDADE nos olhos. Cara! Como tudo era sincero.
Estou me emocionando agora escrevendo porque não é um texto planejado. Estou lembrando e escrevendo.
Depois vieram as descobertas que me desviaram um pouco.
A primeira namorada e todas as besteiras de um jovem apaixonado. Faria tudo outra vez. Até os erros.
Logo depois... vazio.
Olha eu buscando me encontrar em milhares de perguntas até que por fim, música. Me encontrei.
Aos 14 vieram as primeiras composições e junto a mim, elas amadurecem até hoje.
Então veio a vida real.
Mudei para uma cidade perto de BELO HORIZONTE. Um ano e meio depois eu estava largando meu emprego pra viver em função da música.
As apresentações em barzinhos já começaram a me dar mais grana que o emprego de frentista. É nessa hora que consideramos o trabalho profissão?
Só sei que voltar pra traz não dava mais.
Vieram vários projetos. Shows cada vez maiores com seus respectivos públicos. E quando eu assustei em menos de 3 anos eu estava na minha cidade natal outra vez.
Só que agora em cima do palco na maior festa da cidade com mais de 15.000 pessoas na minha frente.
Nessa hora eu entendi de uma forma totalmente diferente aquela história de ser SUPER HERÓI.
Eu estava com o microfone na mão e 15.000 pessoas na minha frente.
Mas só deu tempo de sentir a responsabilidade que é isso.
Não da tempo de pensar mais nada.
Nessa altura da minha vida, por "n" motivos, meu nome não era mais Bruno César de Medeiros. Eu era apenas o César da dupla César e Thiago, que depois virou uma carreira solo como César Medeiros pra então em outra formação virar César e Danilo.
Ufa!
Nem queiram pensar a quantidade de imagens que me passaram na cabeça agora em poucos segundos.
Eu perdi mais dinheiro do que ganhei. E olha que ganhei muito. Houve uma época em que cheguei a cobrar 600,00 reais para me apresentar por uma hora apenas. E detalhe, só eu e meu violão e mais nada. Fiz muitos shows assim.
Mas na grande maioria das vezes eu estava lá apenas porque o espaço era IMPORTANTE. E mesmo sem grana nenhuma, eu precisava mostrar minha voz, minha música, "meu sonho".
Essa fase é muito complicada porque você as vezes é forçado a ser um personagem.
Eu estava começando a viver no meio de prefeitos, grandes empresários e muitas vezes eu tinha que me manter numa "pose de artista" pra conseguir chegar no próximo degrau.
Então eu gastava mais e mais.
A coisa passou a ser uma competição.
Eu tinha que estar no mesmo nível, mas, na minha casa a realidade era totalmente diferente.
Gostava do que estava acontecendo. Mas não do caminho que eu estava passando.
Minha mãe sempre me salvando numa aparelhagem, num instrumento novo, numa viagem, num sonho. Comecei a me perder de novo.
Perdi o foco no poder de ter o microfone na mão e fazer a diferença.
Eu apenas queria estar lá.
Nos momentos de crise pessoal, reflexões, lágrimas, eu lembrava daquele sonho de ser herói e mudava tudo.
Mas ai eu cheguei no pior ponto da vida de um artista. Eu precisa de alguém pra olhar pra mim e me colocar dentro da MAQUINA.
Esse ponto te deixa de pés e mãos atadas.
Então comecei a errar, cair, me deprimi e o que é pior, não acreditar mais nas pessoas e em suas promessas. Eu estava cansado de mentiras, traições e prejuízos. Deixei de acreditar em mim mesmo.
Cheguei no fundo do poço.
E agora junto com essas histórias eu tinha família. Uma esposa e um filho.
É a vida real.
A fé nessas horas é tudo na vida de um homem.
No fundo do posso eu parei de olhar pra mim e pro meu sonho e comecei a olhar pra cima.
Resolvi radicalizar então.
Tomei a difícil decisão de parar de viver em função da minha carreira pra organizar minha vida.
Decidi dar um tempo pra mim e cuidar de coisas muito importantes como minha família.
E essa é minha situação atual.
Estou estabilizando minha empresa. A Anjo Amor Produções.
Aproveito meus bons contatos e relacionamentos para colocar em prática coisas que aprendi ao longo da vida. Organizo eventos com bandas, estruturas de som, luz e palco. Vendo outros artistas e estou descobrindo um lado muito interessante que é o de produtor musical.
O que aprendi até aqui é o que pretendo fazer. Agora do jeito certo.
Uma vez, conversando com o SOLIMÕES que faz dupla com o RIONEGRO, ele me disse que o mais importante era acreditar em mim mesmo.
Posso garantir. Vai ser difícil um falso empresário me passar a perna de novo.
Quero estruturar a minha empresa cada vez mais. Num futuro próximo, pode ser ela a fonte pra sustentar minha carreira.
Estou me reecontrando musicalmente falando. E isso é muito bom. Mas já é certo que não faço mais uma competição. Isso faz mal pra gente.
Cantarei o que acredito. O que me despertar desejo, alegria.
O artista tem que trabalhar com o que realmente o motiva. E PRINCIPALEMTE!!! Com o que liga a sua alma, a alma de outras pessoas.
Sentir, Acreditar e Viver.
Por fim, meu sonho ainda não se concretizou.
Eu quero ser um SUPER HERÓI.
A música se tornou apenas o meu caminho pra chegar a isso.
Uma vez realizado profissionalmente, eu quero realizar meu grande e verdadeiro sonho que é de construir um instituição de caridade. Não uma "instituição". Uma MEGA instituição. Com escola, médicos, psicólogos e outros profissionais que vão ajudar as crianças a se encontrarem como seres humanos PRODUTIVOS. Capazes de fazer um mundo melhor.
(É a primeira vez que eu conto isso!)
Ai sim eu morro feliz.
Música é o que eu sei e amo fazer. Mas aprendi que faze-la olhando pra frente é bem mais gratificante do que faze-la olhando pra mim.
E dá mais resultado também.
Sei que estou no começo do caminho. Tenho muito o que aprender. Mas estou feliz com o que aprendi e amadureci até aqui.
Minha produtora, A Anjo Amor, fará agora em meados de MAIO e JUNHO a primeira CAMPANHA DO AGASALHO.
Vou entregar todas as doações a famílias carentes da minha cidade.
Isso é ou não é algo pra se sentir como um herói???
Mas eu quero mais. Muito mais.
Vou contar os aprendizados que vou viver daqui pra frente aqui no blog!
E espero que aprendamos uns com os outros para acelerar-mos o processo de conquistar os sonhos.
Os sonhos DIVINOS.
Se dentro de você existe algo que não sai, e que te faz sentir vontade de viver e crescer, se isso tudo não for DIVINO meus caros, eu não aprendi foi NADA nessa vida.
Quer ser um HERÓI junto comigo?
Então comece levantando sua cabeça e dizendo pra você mesmo que VOCÊ É CAPAZ!
Esse sou eu, tentei ser o mais transparente possível.
E é um prazer ter você em meu blog.
Abraço.